Iarley está cansado. O Boca Juniors acabara de vencer um jogo da Libertadores de 2004 em La Bombonera. Já no vestiário, o atacante se prepara para o banho quando é surpreendido por um baixinho pedindo sua camisa. Não era uma criança, mas sim Diego Armando Maradona, maior jogador de futebol da história da Argentina e de quem o corintiano herdou a 10 no time de Buenos Aires.
- Eu disse a ele: “Ela é sua, Dieguito. Estou usando agora, mas é por empréstimo”. Ele riu e depois falou: “Gracias, pibe” – contou Iarley, lembrando da rápida conversa que teve com o craque, que completa 50 anos no próximo sábado.
Esse foi o único contato do atacante corintiano com o ídolo argentino em um ano de Boca Juniors. Mas o fato de vestir a 10 que foi do craque manteve sempre a sombra de Maradona próxima de Iarley. Desde o princípio foi assim. A começar pelo dia seguinte ao anúncio de que usaria o número.
- Quando cheguei ao Boca existia a especulação de quem vestiria a 10, mas nem passava pela minha cabeça. Até porque imaginava que usaria a 7, a 11 ou a 9, mais comuns para atacantes. Mas um dia o (técnico Carlos) Bianchi me chamou e me deu a 10. No dia seguinte os jornais estavam todos dizendo que um brasileiro vestiria a camisa de Maradona. Que pressão - disse.
- Para um argentino não é fácil ver um brasileiro lá, ainda mais com a camisa 10 que era do Maradona. Só que logo de cara eu disse a todos que não esperassem um estilo parecido, muito menos um Ronaldinho Gaúcho. Avisei que meu estilo era Tevez. Eu e o Tevez lá na frente somos parecidíssimos – falou o atacante.
Com as boas atuações, porém, as comparações foram inevitáveis. Segundo Iarley chegaram até mesmo a compará-lo a Pelé. E ele gostou.
- Tiveram vários lances em que me compararam com o Maradona. Os jornais diziam que eu o encarnava. Chegaram até a me chamar de “irmão” do Pelé. Mas o lance que mais me marcou foi um gol que fiz numa vitória de 2 a 0 sobre o River Plate, no Monumental de Nuñez. Eu já vi na internet que aquele gol está entre os dez mais bonitos do superclássico – acrescentou Iarley.
- A torcida nem precisava gritar o nome dele. Dentro de campo nós sabíamos que ele estava lá. Dava para notar no comportamento dos argentinos. Todos querendo aparecer mais, jogar bem... Deve ser algo semelhante ao que acontece quando o Pelé está na Vila Belmiro – completou Iarley, que por fim disse:
- Parabéns, Maradona!!!
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