Freddy Frenzzy ou o agora Fredinho Bragança fez o impensável. Ex-vocalista da banda de hard rock Hottnytte, ele virou definitivamente a casaca e montou uma banda de forró chamado Bota Pressão.
A história saiu pela primeira vez no site O Inimigo, com uma entrevista fantástica com Freddy.
Ela movimentou a cena rocker de Natal com críticas, comentários ácidos e
até algumas manifestações positivas em prol dessa mudança da água para o
vinho.
A repercussão da matéria teve como consequência direta a saída de Freddy dos vocais da banda Hottnyte.
Todo esse fuzuê ficou um período adormecido até o lançamento, nesta semana, do primeiro single do Bota Pressão. O clipe “Facebook Cat“.
Investindo no melhor (!?) que o forró
tem a oferecer, a música traz os elementos de um ritmo muito odiado
pelos rockeiros de plantão: os trocadilhos infames e os refrões
repetitivos. Isso sem falar no caráter tosco do videoclipe. Mais cultura
forrozeira, impossível.
Na entrevista ao O Inimigo, Freddy explica os seus motivos e traça até um paralelo entre o Hard Rock e o forró comercial.
E em muitos pontos ele tem razão. A motivação da mudança, segundo ele, tem um caráter comercial, como deixa claro neste trecho:
O melhor deles é que eles compõem um público que gasta em seu entretenimento, ao contrário do público roqueiro, que se amarra pra dar R$ 5,00 num show de bandas locais (…) O público do Forró gasta. Seja um show do Aviões do Forró ou de uma banda local, eles não se importam de dar R$ 20,00 ou mais pra entrar.
É verdade. Pelo menos em Natal, a
viabilidade financeira de bandas de rock praticamente inexiste. E não é
por falta de público, mas por uma cultura sem sentido criada de que se
deve pagar pouco para ir um bom show. O que diminui (senão zera) o cachê
de muitas bandas.
Essa mania ignora o simples fato de que o
músico dedicou horas àquilo e que, capitalistas ou não, eles precisam
garantir um retorno financeiro para seguirem trabalhando e melhorando o
que fazem.
A lógica de mercado no forró, por
exemplo, é oposta. Muita gente – até mesmo pessoas com poucas condições
financeiras – paga muito para ver esses artistas. Isso cria um mercado
mais sustentável financeiramente e uma profusão de bandas, shows,
produtoras e toda uma economia que gira em função desse mercado.
Outro trecho interessante da entrevista,
está na comparação que Freddy (ou Fredinho) faz da cultura do Hard Rock
e da cultura do forró. Segue a citação do rapaz.
A filosofia é a mesma! Tanto o repertório do forró quanto o do Hard Rock são compostos de dezenas de músicas que falam de farra, bebida, mulher, ostentação de riqueza… e algumas outras românticas. É muito semelhante. Negar isso é pura hipocrisia.
A afirmação não deixa de ser um tapa na
cara de alguns juvenis que sustentam uma suposta “superioridade moral”
do rock em relação aos outros ritmos musicas.
Quem abriu portas para letras que falam
de sexo, de drogas, de ostentação, foi exatamente o rock nos idos dos
anos 70 e 80. Aliás, isso faz parte da cultura de uma série de vertentes
rockeiras mundo a fora. Faz parte até mesmo do caráter socialmente
questionador do ritmo.
E esse lado específico da farra, do sexo, da ostentação foi absorvida, querendo você ou não, pela cultura do Forró e do Axé.
A atitude do Freddy Frenzy é engraçada
por ser rara este tipo de mudança e, por mais criticada que seja (oh,
ele traiu o rock) você tem de admitir: ela faz sentido.
Hottynyte – Seven Sins
Bota Pressão – Facebook Cat
Apartamento 702
Pior q é mesmo. Rockeiro é pão duro memo e no Hard Rock (específico estilo de rock) tem letras românticas mesmo, de bebidas e diversão. Só q não tem só isso... Essa é a questão p mim, nas musicas merdas de hj SÓ TEM ISSO, n tem variedade de letra mermão... Ele é traíra mesmo, mas ele tem seus pontos. Não duvido q ele aida bata cabeça, a mudança foi só pela grana.Infelizmente nesse mundo p se viver é preciso grana, por isso concordo com o cara q escreveu o blog, e compreendo perfeitamente o vira-casaca, mas n apoioXD Eu acho q os rockeiros todos têm é q parar com briguinhas bestas - pq o pessoal q ouve black metal, funeral doom, odeia quem ouve grunge - e se unir, pois viemos todos do mesmo pacote, somos apenas de diferentes ramos. Se quisermos levantar essa bandeira é necessário, pq o bicho tá pegando.
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