sábado, 4 de janeiro de 2014

Morre ex-baterista do Estakazero, Paulo Perrone, Banda presta homenagem


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Paulo César Perrone é homenageado por grupo em que atuava como baterista (Foto: Divulgação)

A banda de forró Estakazero homenageou o baterista Paulo César Perrone, que morreu na madrugada deste sábado (28) depois de quase três anos resistindo às lesões neurológicas causadas por um tiro na cabeça disparado durante uma “saidinha bancária”, em Salvador. Em nota, o grupo baiano aborda o sofrimento vivido pela família de Perrone nos últimos anos, afirmando que o momento é de “tristeza e revolta”, ao citar a violência da capital baiana. Para eles, a experiência do amigo deve servir de exemplo para os órgãos de segurança da cidade. Por fim, o grupo fala que está abatido. “Desejamos que Deus abrande os corações de todos que estão, como a gente, abatidos com a partida de Perrone”, diz. Leia abaixo na íntegra. perrone2“Foi com muita tristeza que a família Estakazero recebeu na manhã de hoje a notícia do falecimento do nosso baterista Paulo Perrone. O músico sempre foi parceiro e companheiro de todos, um rapaz que tinha uma vida pela frente que foi tirada pela violência que assola Salvador. Perrone lutou bravamente pela sobrevivência, mas Deus escolheu o descanso para ele. Nós da Estakazero sofremos e lamentamos muito com a triste notícia. Pedimos aos órgãos públicos responsáveis pela segurança em Salvador, que a violência sofrida por Perrone sirva de exemplo para que novos casos como este não se repitam com tanta frequência na cidade. Que a tristeza e revolta que a gente e os parentes e amigos do musico estamos sentindo não sejam comuns nas famílias baianas. Desejamos que Deus abrande os corações de todos que estão, como a gente, abatidos com a partida de Perrone”. O cantor e compositor Márcio Mello também homenageou Perrone. Ele postou um vídeo em sua página no Facebook da gravação do DVD do roqueiro no Rio Vermelho. Na ocasião, eles tocaram juntos “Toneladas de Amor”. Morte
De acordo com a mãe do músico, a morte ocorreu por volta das 2h, no Hospital das Clínicas. O sepultamento será realizado às 16h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Brotas. “Resta a dor e a saudade. Meu filho nunca fez nada a ninguém”, declarou a mãe, ao choro.
Segundo Roriz, Perrone deu entrada às 18h na unidade de saúde porque teve um pico febril e sofreu parada cardíaca. Ele esteve internado desde outubro, chegou a ficar na UTI, mas já se tratava em casa desde o dia 6 deste mês. “Da última vez [internamento], ele ficou muito debilitado. Chegou em casa e melhorou bastante”, relata a mãe.
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Quadro com foto da família no quarto de Perrone Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1)
  Tratamento
Perrone deu entrada no Hospital Geral do Estado (HGE) no dia 27 de outubro, com quadro de convulsão. Ele foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Alayde Costa e, em seguida, para o Hospital Espanhol. Dois dias depois, boletim médico divulgado pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que músico estava com “novo processo de infecção e que necessitava de ventilação mecânica”.
O baterista, que atuava na banda de forró Estakazero, estava se recuperando de sequelas neurológicas causadas pelo tiro na cabeça. Antes do internamento, o tratamento dele era feito na residência da família, na modalidade “home care”. Condenação
Os três suspeitos de roubar e atirar no baterista, em julho de 2011, foram condenados a 20 anos de prisão em regime fechado no julgamento realizado no dia 14 de agosto de 2012, na 8ª Vara Criminal, em Salvador.
O juiz Freddy Pitta Lima considerou os três homens denunciados à Justiça culpados pelo crime de roubo qualificado contra o músico. Os três foram direcionados para a Penitenciária Lemos Brito. Inicialmente, a pena dada aos réus foi de 30 anos, mas houve a redução de um terço da condenação máxima para esse tipo de crime e a sentença final foi de 20 anos de prisão em regime fechado. Os suspeitos do crime foram presos após a divulgação das imagens do banco, em agosto de 2011. Sequelas
De acordo com o neurocirurgião Márcio Brandão, chefe do serviço de neurocirurgia do Hospital Geral do Estado (HGE), a lesão que acometeu Perrone transfixou a linha média da cabeça, chamada de fronto-temporal bilateral.
“A lesão pegou as duas áreas da cabeça. Ele ficou em coma induzido por 35 dias. A chance de vida quando ele chegou ao hospital era baixa, ele tem hoje uma sequela neurológica importante. Ainda não consegue interagir, reage a alguns estímulos com os olhos. Ele melhorou, mas ainda está longe do que a gente deseja. O trabalho de reabilitação é lento, mas a chance existe. Ele é jovem, tem ido devagar, mas está evoluindo”, afirmou, na ocasião, o médico, que operou o músico enquanto ele esteve internado no HGE e o acompanhou com visitas mensais. Crime
No dia 19 de julho de 2011, Paulo César Perrone Júnior esteve em uma agência do Bradesco, em um centro empresarial na região do Iguatemi, em Salvador. Ele passou 45 minutos dentro do banco. “Ele foi conversar com a gerente dele porque ele ia viajar para a Espanha com a namorada. Ele havia tentado sacar o valor das passagens e não conseguiu no caixa eletrônico, por isso teve que sacar R$ 3 mil na boca do caixa”, relatou a mãe, Lúcia Roriz.
As investigações da polícia e as imagens internas do banco mostram que Perrone era observado por um dos suspeitos do crime de dentro da agência. De acordo com a polícia, ele foi seguido por outros dois integrantes da quadrilha e abordado perto do banco. Dois tiros foram disparados contra o carro do músico quando o veículo ainda estava em movimento. Um tiro atingiu o vidro de trás do automóvel e o outro a cabeça do baterista. Paulo César Perrone Júnior foi socorrido pela Polícia Militar e levado para o Hospital Geral do Estado (HGE).

G1 BA

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