A segunda noite do pré-carnaval palmeirense foi de muita decepção para os foliões e turistas que visitam a cidade. Ao contrário da noite inaugural, quando a Banda Araketu sacudiu mais de 10 mil foliões na Praça da Independência, sem nenhum problema ou ocorrência registrada, na noite desta terça-feira (25) o Bloco Nikoloco, organizado pela iniciativa privada não desfilou nas avenidas da cidade.
Com a concentração marcada para às 20 horas, mais de 1,5 mil foliões que compraram os uniformes do bloco, os chamados “abadás”, à R$ 50 cada, não puderam brincar o pré-carnaval, por que simplesmente o cantor Léo Santana e a banda contratada “Parangolé”, de Salvador (BA), decidiram não mais se apresentar na festa.
Mais de 20 mil pessoas estavam nas ruas esperando que o trio passasse com os integrantes do Nikoloco.
Segundo informações dadas à reportagem o cantor e banda se recusaram a participar do evento porque a quantia cobrada para o show não foi paga integralmente pela comissão organizadora do bloco. Dos R$70 mil cobrados em contrato pelo Parangolé, ficaram faltando R$10 mil.
O prefeito da cidade James Ribeiro (PSDB) teria se comprometido ainda a complementar o dinheiro restante, mas, de acordo com informações, os empresários da banda não confiaram na proposta.
Outras informações colhidas pela reportagem, afirmam que os coordenadores do bloco – desesperados com a situação – chegaram a parar os veículos que levavam os músicos de volta à Bahia, nas proximidades do Povoado Santo Antônio (Gavião), a 5 quilômetros do evento. Após uma discussão, os seguranças da banda – armados – acabaram a “confusão” e o ônibus seguiu destino para Salvador.
A ameaça de quebra-quebra por alguns foliões e os “cordeiros” (homens contratados para fazer a segurança do bloco Nikoloco) que queriam queimar pneus na avenida, além das reclamações da população vararam a madrugada, nas ruas e pelas redes sociais, cobrando explicações e ainda o ressarcimento do dinheiro investido.
Os organizadores do bloco prestaram queixa-crime na 5ª Delegacia de Polícia contra a Banda Parangolé e o cantor Léo Santana e a comitiva com os ônibus da Banda baiana foram interceptados já nas imediações de Aracaju (SE) pela polícia alagoana que de forma diligente apreendeu os veículos em fuga.
A polícia reconduziu os ônibus e seus integrantes de volta à Delegacia de Polícia de Palmeira dos Índios para esclarecimentos. No local foi constatado que seguranças da banda estavam armados com pistolas automáticas e que um deles é integrante da Polícia Militar (BOPE) da Bahia. Após prestarem as informações às autoridades, os integrantes da banda e seus veículos foram liberados.
Segundo ainda integrantes da comissão organizadora do bloco Nikoloco, a banda levava em um dos veículos a quantia de R$60 mil pagos por seus coordenadores.
Carro como garantia
Raquel Cavalcante, uma das coordenadoras do bloco Nikoloco disse à reportagem que prestou queixa por se sentir lesada pelo grupo musical Parangolé. Ela disse que havia pago 50% do contrato antecipado e que o restante seria pago antes de iniciar o show.
Porém – segundo Raquel – o grupo não aguardou o horário combinado para o pagamento causando todo esse transtorno. A contratante ainda chegou a dar como garantia do pagamento um automóvel, mas os empresários da banda se negaram a receber o bem como parte do pagamento.
Outra integrante da comissão organizadora do bloco Elisangela França – que está gestante – teve que ser internada no Hospital Santa Rita em virtude do forte abalo emocional causado pelo incidente.
Os representantes do cantor Leo Santana e da Banda Parangolé não quiseram falar à reportagem.
Matéria da Tribuna do Sertão
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