quinta-feira, 4 de julho de 2013

Banda pernambucana destaca-se com travesti nos vocais


     banda_takita
Criada em janeiro de 2010 e com pouco mais de três anos, a banda Takitá vem caindo no gosto das pessoas com todo o seu romantismo. Hoje, representada por um travesti, Paulinho Delícia, adquiriu carinho e respeito do seu público.
Paulinho Lopes, como consta no seu registro de nascimento, tem 29 anos e reside no bairro de Cruz de Rebouças, no município de Igarassu, litoral norte de Pernambuco, cidade onde nasceu a Takitá. Desde jovem, se interessou pela música, motivo pelo qual deixou de lado uma loja de moda feminina que administrava junto com algumas amigas para iniciar na carreira artística.
Em 2008, ele começou a dançar em uma banda de brega. Nos bastidores, vivia cantando e recebendo elogio das pessoas, mas nunca deu a mínima atenção para os comentários. Não demorou muito e surgiu a primeira oportunidade para cantar. Três anos depois, veio o convite para integrar a banda Takitá. “Comecei meio tímido, achando que o povo fosse estranhar um homem com uma voz de mulher, mas graças a Deus, fui aos pouquinhos mostrando meu trabalho e fomos crescendo juntos. Hoje somos uma família”, exaltou Paulinho que, além de cantor, cuida de toda parte do balé e figurinos da banda.
Nesses dois anos à frente da Takitá, Paulinho já gravou seis CDs e, com seus colegas de trabalho, planeja gravar o primeiro DVD promocional em setembro deste ano, ao lado do companheiro de palco, seu xará, Paulinho (Black).
Paulinho Delícia não se incomoda com os comentários sobre a sua opção sexual. Na verdade, nunca passou por alguma situação constrangedora por causa disso, mas alega que, caso aconteça, está preparado para encarar como muita naturalidade. “Logo no início eu pensei que fosse difícil a aceitação das pessoas, ficava imaginando como seria a reação do público. Mas tudo caminha tranquilamente. Observo nos shows que, quem não me conhece, fica me olhando meio que de forma estranha, na dúvida se eu sou homem ou mulher. Quando terminam descobrindo que sou homem sempre vêm me elogiar, inclusive os héteros”, afirma o cantor.
Na vida pessoal, Paulinho, que é filho caçula, não enfrenta represálias. Ele mora com os pais e tem o apoio de todos da família. Tal admiração também vem do empresário da banda, Markson Damázio, que elogia a dedicação do artista. “Nosso diferencial é o Paulinho, que faz um excelente trabalho e inspira muitos por ser um homossexual que leva a vida cantando, fazendo o melhor para banda e para o nosso público”, declara Markson.
No momento, a banda leva para os palcos uma estrutura de 14 pessoas, entre vocalistas, músicos, bailarinos, técnicos em som e iluminação. Cumpre uma rotina mensal de aproximadamente 12 shows, além de divulgação em rádios e apresentações em programas de TVs. Dedicada ao brega romântico, mas não deixando de lado outros estilos como o forró, o sertanejo e a swingueira, a Takitá com o seu “jeito de ser”, trabalha para agradar todas as tribos e, com isso, é mais um exemplo contado aqui de que na música não deve haver preconceitos.
O Diário do Forró disponibiliza os dois trabalhos em CD mais recentes da Banda Takitá – O volume 06, voltado ao brega, e o CD especial de São João, voltado ao forró atual e antigo.

Com informações blog Sou Brega.

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